quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

23231

Quem dera se pudesse doce e mansa
A poesia atroz que me fascina
Enquanto a realidade me extermina
Uma alma cristalina ainda dança
Mergulho tão solene na lembrança
E bebo desta fonte que ilumina
Uma alma delicada desatina
E temerária atroz, ainda avança
Segredo meus momentos de delírio
Ainda que pudesse em vão martírio
Negar a realidade que maltrata
Não mais teria o gozo venturoso
De quem se faz etéreo e caprichoso
A vida não será jamais sensata...

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