quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

23232

A face leonina da verdade
Arrancando os meus olhos me permite
Falar da solidão, mero palpite
Que entranho como fosse liberdade.
Nas mãos o gosto amargo da saudade
O beijo que pensara ser limite
Atordoadamente já se evite
A mata aonde o gozo agride e invade

Nefastos versos trago inebriado,
Nos olhos desvencilho-me e o pecado
Após as ermas noites me domina.
O quanto não teria se inda fosse
Apenas tão somente este agridoce
Poeta que deveras não fascina...

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