quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

23238

Magérrima figura que se mostra
Defronte ao velho espelho; quando o miro
Se fechando em si mesma, bebe o tiro
E deixa dos seus erros mera amostra.

Nas crostas que criara a infestação
Das larvas destruindo este tecido,
Condena-se deveras ao olvido,
Ao longe se percebe a podridão.

Escarnecido cão vaga sem dono,
Pudesse ter ao menos um afeto,
Mas quando nos esgotos me completo
Percebo quanto a vida eu abandono

Nesta metamorfose, decomposto,
Aos olhos dos passantes sigo exposto...

Um comentário:

  1. adorei conhecer a página e fui xeretar as demais e conheci as Trovas e Contratrovas.
    Viva a Internet que nos permite achar pérolas
    navegando pelo ar ...

    ResponderExcluir